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Estudo de telemetria em Sergipe instalou transmissores em 47 tartarugas marinhas


O Tamar Sergipe concluiu a instalação de 47 transmissores por satélite em tartarugas marinhas, que foram encontradas desovando nas praias de Sergipe. 41 aparelhos foram instalados em tartarugas-oliva, (Lepidochelys olivacea), espécie predominante nas praias de Sergipe e seis em tartarugas-cabeçudas (Caretta caretta).

O estudo iniciado em janeiro de 2014, objetiva a identificação de áreas de alimentação e rotas migratórias, além de investigar se há indícios de mudança no comportamento dos animais, associadas à pesquisa sísmica que ocorreu na região. As informações coletadas estão em fase de análise e poderão subsidiar novas recomendações para proteção das espécies, ou ainda, atestar a importância de medidas já vigentes, como os locais e períodos de restrição, definidos na Instrução Normativa conjunta No- 1, de 27 de maio de 2011.

O litoral de Sergipe é caracterizado por ambientes de alta relevância para a biodiversidade, a exemplo dos estuários, fundos lamosos, canais submarinos, além de ser importante área de reprodução de tartarugas marinhas. Considerando apenas a espécie tartaruga-oliva, Sergipe é a mais importante área de reprodução do Brasil, explica o coordenador do Tamar na região, César Coelho.

Dada a relevância ambiental e, considerando as lacunas de conhecimento sobre o comportamento destes quelônios, é necessário definir medidas de segurança, atividade realizada pela Coordenação Geral de Petróleo e Gás do IBAMA. Algumas destas medidas são pautadas a partir do princípio da precaução, para que possíveis impactos sejam minimizados ou mesmo eliminados. Ao aumentar o conhecimento sobre o ciclo dos animais no ambiente marinho, é possível refinar a definição dessas medidas. O monitoramento das tartarugas marinhas por satélite é realizado em parceria com as empresas de pesquisa sísmica Petroleum Geo-Services (PGS) e Spectrum Geo.

Transmissores - Os transmissores instalados permitem o acompanhamento da rota migratória das tartarugas, assim como a identificação de suas áreas de alimentação.

A fixação dos aparelhos foi realizada no casco da tartaruga marinha, por meio de cola do tipo epóxi. Monitoramentos pretéritos demonstraram que o material de fixação, após um tempo, desprende-se do casco do animal, sem gerar dano ou prejuízo à tartaruga marinha. Previamente à instalação, o transmissor foi protegido com Propspeed (www.propspeed.com.br). Este revestimento especial previne a incrustação de conchas, cracas ou algas, que reduzem a vida útil do transmissor e por ser livre de metais pesados, não interfere com a transmissão e recepção dos sinais.

Primeiros resultados – atualmente a pesquisa totaliza aproximadamente 2 anos e meio e apenas dois transmissores continuam ativos. Os deslocamentos registrados foram amplos, compreendendo áreas costeiras e oceânicas. Ao longo do litoral do Brasil, as tartarugas se distribuíram desde o Pará até Santa Catarina, percorrendo em média 2000 km até suas áreas de alimentação. Na porção oceânica, tartarugas-oliva cruzaram o Atlântico, até a margem equatorial do continente Africano, com deslocamentos de em média 3700 km, mas alcançando um máximo de até 6000 km. As migrações a depender da distância, duraram cerca de 45 a 90 dias.

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